Julia Bernstein, 37 anos, fazia Ciências Sociais na UFRJ e participava de uma rádio livre chamada Rádio Pulga. Quando a Pulga ia fazer 15 anos, ela decidiu documentar a data. Conseguiu uma câmera mini-DV emprestada e gravou várias entrevistas com antigos e novos membros da rádio. Um amigo da época disse que editaria, mas a deixou na mão e ela acabou editando da câmera para o VHS, filmando créditos desenhados à mão. Assim fez seu primeiro curta “Feito a Mão”, em 2005. Aí começou seu amor pelo cinema.
Nesse meio tempo, tinha ouvido falar bem da Darcy. Como já fazia graduação, buscava um curso livre e foi conversar com um amigo querido, Simplício Neto, que sugeriu um curso de edição, para que ao final do curso tivesse um ofício com o qual trabalhar e, claro, pagar as contas. Foi o melhor conselho que recebeu. Julia veio cursar Montagem e Edição de Imagem e Som aqui na Escola e até hoje é apaixonada pela montagem. Para ela, o mais importante foi aprender a pensar o cinema através de sua prática, seja assistindo e debatendo filmes, seja produzindo. “E acho que isso é um reflexo do investimento da Escola em contratar profissionais do mercado, que estão pensando e fazendo o cinema brasileiro.”, diz Julia.
Desde 2007, Julia edita documentários, entre os quais destaca “Carioca Era Um Rio”, “Dona Joventina”, “Ameaçados” e “Pastor Cláudio”. Atualmente, a montadora desenvolve um trabalho continuado de parceria com povos indígenas, ministrando oficinas de audiovisual e editando filmes, como o premiado “Urihi haromatimapë – curadores da terra-floresta” (Morzaniel Iramari, 2013), entre muitos outros curtas, médias e longas-metragens. E está finalizando um longa documentário chamado “Na ilha”, co-dirigido e co-editado com Vinicius Nascimento.
Quer assistir a “Urihi haromatimapë – curadores da terra-floresta”?
Este e outros trabalhos da #GeraçãoDarcy estão em nosso canal do YouTube: http://bit.ly/geracaodarcy