O cineasta e montador Ricardo Miranda, que faleceu em 2014 no Rio, foi homenageado pela turma de Montagem de Imagem e Som 2018.1 numa atividade que faz parte de conclusão de curso na Escola de Cinema Darcy Ribeiro.
A I Mostra de Montagem Ricardo Miranda ECDR. “A Arte do Corte” aconteceu no dia 09 de novembro,na sala Ruy Guerra.
A programação da mostra contou com a exibição de curtas metragens históricos do Ricardo Miranda, sete trabalhos de conclusão de curso dos estudantes de montagem de imagem e som e a carinhosa participação poética de Pedro Bento.
Ricardo Miranda foi coordenador e professor do curso regular de montagem da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no qual revelou para centenas de jovens realizadores um outro cinema mais afetuoso e visceral. Um professor artista que provocava o potencial poético dos seus discentes.
“Cinema não é negócio é suruba. ”
– Ricardo Miranda –
Programação
Curtas Ricardo Miranda
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FRAGMENTO DE UM DISCURSO AMOROSO
INTERPROGRAMAS
Trabalhos de conclusão da turma de Montagem de Imagem e Som 2018.1
Professor Orientador: Ricardo Mansur.
CONJUNTO RESIDENCIAL 10′ Alexandre Gouin
POLIS 08’16” Rafael Baptista
SÃO BENEDITO 12’03” Gustavo Fernandes
DUDU 12′ João Vilhena
IVONE 09′ João Miguel
EMMA 09’11” Saullo Farias e Victor Magrath
LAVAGEM 16′ Gabriel Tavares e Saullo Farias
FILMOGRAFIA DE RICARDO MIRANDA
Ricardo Miranda nasceu em Niterói em 1950 e iniciou sua carreira artística em 1968 montando e dirigindo curta-metragens, como “A Ceia” (1969), realizado para o Festival de Cinema do Jornal do Brasil. Em 1972, estreou na montagem de longas com “Amor, Carnaval E Sonhos”, de Paulo César Saraceni, com quem também trabalhou em “Anchieta, José do Brasil” (1978), “Ao Sul Do Meu Corpo” (1982) e “O Gerente” (2011) – último filme de Saraceni. Em 1974, assina a montagem do curta “Congo”, de Arthur Omar, parceria de longa data que se desdobra em vídeos e outros nove curtas, além de “A Nostalgia Do Branco” (1979), curta dirigido por Miranda com trilha assinada por Omar. Em 1978 – ano em que também montou o filme “Crônicas De Um Industrial”, de Luiz Rosemberg Filho – foi convidado por Glauber Rocha para montar seu último filme “Idade da Terra” (1980).
Nos anos 1980, fez também a montagem de “O Homem De Areia” (1982), de Vladimir Carvalho; e “O Segredo Da Múmia” (1980), de Ivan Cardoso, entre outros. Desde o começo da carreira, manteve uma rica produção de curtas-metragens, vídeos experimentais e documentários, como “A Passagem Do Olhar”, sobre a escultora Esther Grinspum; “O Presidente Do Mundo” (1993); e “Gilbertianas” (2000), sobre o sociólogo e antropólogo brasileiro Gilberto Freyre.
Em 1991, dirigiu seu primeiro longa de ficção, “Assim Na Tela Como No Céu”, presente em diversos festivais nacionais e internacionais, como Havana, Bogotá, Brasília e a Mostra de Cinema de São Paulo Entre 2004 e 2006, montou os documentários dirigidos por Paloma Rocha e Joel Pizzini para os extras dos DVDs de “Terra Em Transe”, “A Idade Da Terra” e “O Dragão Da Maldade Contra O Santo Guerreiro”, da Coleção Glauber Rocha. Retornou à montagem de longas em 2007, em filmes como “Romance Do Vaqueiro Voador”, de Manfredo Caldas, e o documentário “Anabazys” (2007), de Joel Pizzini e Paloma Rocha, pelo qual foi premiado no Festival de Brasília e no Cinesquemanovo.
Em 2011, finalizou seu longa-metragem de ficção “Djalioh”, premiado na Mostra do Filme Livre 2012. Na publicidade, Miranda desenvolveu diversas peças publicitárias – duas premiadas com o Leão de Prata no Festival de Cannes em 1986 e 1987. É autor, junto com o antropólogo Carlos Alberto Messeder, do livro “Televisão – As imagens e os sons: no ar do Brasil”.